O investimento da China em projetos e empresas brasileiras deve se intensificar nos próximos anos. Quatro usinas hidrelétricas foram arrematadas por chineses em leilão ocorrido em 27 de setembro, incluindo a usina de São Simão comprada pelo grupo Spic por R$ 7 bilhões. A empresa Spic já tem investimentos aplicados na região Nordeste na área de energia eólica desde 2007.
Outros grupos empresariais chineses, como State Grid e State Power, demonstram que o interesse oriental é em investir primariamente em energia e infraestrutura. State Grid é a maior empresa do mundo na área elétrica e passou a ser acionista controladora a partir da aquisição de 54,64% da brasileira CPFL Energia no início de 2017.
Biodiesel
Biotecnologia também é um setor de grande interesse da China. No início de setembro, a usina de biodiesel Biopar, localizada no Mato Grosso, teve 80% das ações vendidas para a empresa chinesa Biostar Company a partir do investimento de R$ 880 mil. A contribuição pode auxiliar o Brasil a cumprir o acordo fechado na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (Cop 21), onde o país se comprometeu em intensificar a produção de energia sustentável para 18% até o ano de 2030.
Parceria comercial
China é um dos maiores parceiros comerciais que o Brasil tem. Segundo pesquisa da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, entre os anos de 2003 e 2017, a China decidiu investir US$ 103,6 bilhões num total de 235 projetos brasileiros. No ano de 2016, o comércio entre os dois países atingiu o patamar dos US$ 58 bilhões.
Em 2017, o investimento chinês nas empresas brasileiras somou mais de US$ 8,5 bilhões até o momento, de acordo com pesquisa da consultoria Dealogic. Os números apontam a China como o país que mais comprou ou esteve envolvido em compras de empresas brasileiras. Nos outros anos, o investimento não chegou a ultrapassar a marca dos 4%.
Falkner Moreira
Produção de Conteúdo